terça-feira, 7 de setembro de 2010

Dona Flor e Seus Dois Maridos


Para mim, uma grande pena era não conhecer tantos autores bons brasileiros quanto internacionais, não só um autor de um livro simples, alguém que tivesse história no Brasil.Assim como Agatha Christie na Inglaterra, que mesmo tendo os livros considerados como médios (consideração infundada!) é muito famosa pela engenhosidade de sua obras.
E foi meio de surpresa que eu peguei Dona Flor e Seus Dois Maridos, de Jorge Amado (agora um dos meus autores brasileiros preferidos, dividindo o título com Luís Fernando Veríssimo).Não me lembro como me lembrei disso, só sei que tive a idéia de ler no domingo e segunda feira lá estava eu, dentro da biblioteca para achar o livro.

E então, comecei a ler.Era um livro diferente, com o começo de alguns capítulos como se fossem músicas e receitas de Dona Flor antes de cada parte (se não me engano são três).E ao ir lendo a saga de Flor e Vadinho, a primeira esposa devotada e o segundo um viciado em jogatina e cheio de amantes, mas ainda assim bom marido, eu fiquei curioso.Como havia traduzido Dona Flor?
E vendo no site da Amazon, onde estava Dona Flor and Her Two Husbands, fiz mais, fui olhar dentro do livro.E ri ao ver as tentativas de traduzir palavras intraduzíveis no português, pensando em como Jorge Amado é nosso, de cada brasileiro e ninguém mais.Nenhum estrangeiro seria capaz de compreender as expressões em sua totalidade, mais uma prova de nossa cultura enorme em um país só.

Então, continuando, o livro começa com Vadinho morto em um domingo de carnaval, algo que ninguém esperava, já que aparentemente, ele tinha saúde para dar e vender, mas por dentro estava todo estragado pelos vícios.Aí começa a narrar a vida dos dois, começando pela noite em que se encontraram, onde ele se apresentou como milionário, sendo na verdade mais pobre do que a jovem Flor.A mãe, demônio em pessoa, após descobrir a armação, proibiu o encontro dos dois e ele fez para Flor a serenata mais bonita que toda a Bahia já viu.
Com essa prova de amor, Flor fugiu com Vadinho para a casa dos tios e para terem um motivo para se casarem, ele a possui (ou melhor, na própria linguagem dele, ambos vadiam) e os dois se casam.
Ela começa a viver uma vida complicada, com o marido viciado em jogo, mas ainda assim o ama, não consegue se livrar dele.Mostra o que o casal passou até chegar ao domingo fatídico, onde ela fica viúva.
E ela, cada vez mais necessitada de vadiar e sozinha, procura com a maior rapidez um marido e acha logo no Doutor Teodoro, respeitável farmacêutico, com o qual ela se casa.Ambos se amam e levam uma vida pacata, tediosa até e o tempo passa, com a vida cheia de regras dos dois.
Até que um dia, antes de se sucederem várias coisas misteriosas (mulheres beliscadas e apalpadas sem ninguém para fazer isso), Flor chega em casa e se deita na cama, sentindo uma presença chegar bem perto dela.Então, Vadinho se deita ao lado dela e pergunta se ela sentiu saudade.

E óbvio que o livro não termina aí, falta um bocado pra terminar, mas vou deixar vocês descobrirem o que acontece lendo o livro.É um livro ótimo e porque não ler um pouco de literatura brasileira que não seja tão antiga?

Espero que tenham gostado de um pouco de brasilidade nos posts!
- Lucas

P.S.: E esse não é o último, hoje mesmo vou começar a ler O Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna.

Nenhum comentário:

Postar um comentário